Ser uma pessoa organizada nunca foi uma dificuldade. Sou bem organizada, na casa cada coisa tem seu lugar, a rotina me ajuda a realizar minhas tarefas cotidianas. Porém, manter essa organização, não cansar, não ficar sobrecarregada… Aí fica mais difícil. Então desde muito cedo, acho que ainda na época do Ensino Fundamental, eu já flertava com ferramentas de organização e gerenciamento do tempo. Mas na época era só agenda mesmo. Não que lá com meus 13, 14 anos eu usasse agendas da maneira como elas foram feitas para serem usadas. Basicamente, eu anotava os aniversários das minhas amigas, decorava, enchia de memorabília e colagens e entregava para as mesmas amigas deixarem seus depoimentos. Meio que um Orkut antes do Orkut. Ou seja… Eu to nesse mundo há bastante tempo.
Depois disso eu continuei tentanto manter a organização do meu tempo, cumprir as tarefas no prazo e não deixar nada para trás. Meu maior desafio é (e sempre foi) superar a procrastinação, mas enxergava nessas ferramentas um bom suporte. Lembro que, aos 16 anos, fiz uma agenda sozinha encadernando com fita de cetim e furando com agulha, algo que me deu muito orgulho (ficou bem… rústica 🤭). Apesar de sempre começar a usar as ferramentas e rapidamente voltar a confiar apenas no poder da memória, mais tarde, investi bastante em ferramentas diversas: cheguei a gastar um bom dinheiro comprando um Filofax, lá pelos idos de 2012, quando estava em alta. Mesmo assim, nunca consegui me adaptar completamente. Foram quase 4 anos tentando. Principalmente pelo sistema de fichário diferente do que estava disponível no Brasil, precisando investir em ferramentas de perfuração de papel que davam mais trabalho do que eu estava disposta a ter na época.
No final das contas eu acabava confiando em anotações num caderno e na memória. Para falar a verdade, esse é o método que mais funcionou para mim. Mas com o passar dos anos e com a sobrecarga de trabalho e demandas profissionais, pessoais e acadêmicas aumentando, percebi que minha mente ficava cada vez mais sobrecarregada. Foi então que descobri o mundo dos bullet journals (BuJos). Inicialmente, me encantei com a ideia, mas acabei desistindo de vários projetos ao longo do caminho. Começava cada ano empolgada e fazia um, no máximo dois meses, e nem tocava naquelas páginas perfeitas no dia a dia. A pressão que a Internet me colocou de ter páginas lindamente decoradas, cria-las do zero com a minúcia e a perfeição que eu via no BuJo por aí me dava MUITA PREGUIÇA.
Depois, na pandemia, com tempo de dedicação e muito estudo, criei um complexo sistema no Notion. Lindo. Gerenciamento de tarefas, projetos e dividido a partir de áreas da vida. Mas na prática não usei. Ainda tenho esse sistema e confio nele para algumas coisas muito específicas. Porém, no geral, para uso diário como planner ele não funcionou para mim. Mesmo que eu esteja sempre com o notebook aberto na minha mesa na sala de aula, papel e caneta são muito mais práticos. Ano passado, decidi tentar algo diferente: comprei um planner da Cícero. No entanto, ele não era datado, o que acabou complicando minha experiência e me afastando do planejamento logo na primeira semana de uso. De novo, preguiça.
No segundo semestre, resolvi dar outra chance ao BuJo, mas dessa vez sem me preocupar com a estética perfeita que eu via nas redes sociais. E sabe o que aconteceu? Deu certo! Consegui me organizar de forma mais leve e realista, adaptando o método às minhas necessidades. Utilizei o sistema do Travelers Notebook, ou seja, uma capa com elásticos na qual eu posso colocar e retirar cadernetas de maneira prática. Então eu sempre carregava comigo essa capa com a caderneta que usei até a última página (que felizmente coincidiu com a última semana de trabalho na escola). Usei o método de forma adaptada pra mim, mas muito próximo do que ele foi pensado originalmente. Nessa tentativa eu deicidi observar o que funcionava e quais as dificuldades, o que considero essencial ter numa ferramenta de organização e o que eu definitivamente não preciso.
Assim, para 2025, decidi unir o que funcionou com o BuJo e a praticidade de um planner datado. Pesquisei muito até encontrar um modelo que atendesse às minhas demandas e escolhi o planner artesanal da Papelaria Club. Ele é lindo, funcional e tem tudo o que preciso para manter minhas metas e tarefas organizadas ao longo do ano.
O que considero essencial para minha organização é: uma visão mensal em forma de calendário grande para poder marcar eventos e datas importantes do trabalho e do doutorado, uma visão semanal para escrever eventos e tarefas, e tracker de hábitos. Esse planner me proporciona todas essas funcionalidades mesmo que ainda tenha algumas questões que vou experimentar pela primeira vez: visão semanal na vertical, tracker de hábitos na visão semanal e repetido na visão mensal, uma série de ferramentas de organização anual, como metas e roda da vida. Estou muito animada para utilizá-lo ao longo desse ano e torcendo para não desistir já na primeira semana de trabalho. Até agora tem sido ótimo, mas estou de férias…
Para ter mais chance de sucesso nessa empreitada, vou usar o planner combinado com um BuJo específico para o planejamento escolar, focado nos desafios e na dinâmica da sala de aula. No BuJo, vou estruturar os trimestres de cada ano letivo, incluindo metas pedagógicas, atividades adaptadas para alunos com necessidades especiais e anotações detalhadas dos conselhos de classe. Também será onde planejarei projetos e avaliações, além de registrar ideias e soluções para imprevistos que surgem no dia a dia escolar. As tarefas diárias, como compromissos e prazos, ficarão no planner, enquanto o BuJo será o espaço para esse planejamento mais abrangente, estrutural e reflexivo.
Para me inspirar ainda mais em 2025, criei um vision board que reflete meus principais objetivos e sonhos para o ano. Ele está cheio de elementos que representam o que quero cultivar: conexão com amigos, meu relacionamento, aventuras, minha casa (a organização, os gatos, as plantas, minha futura horta) estudos, autocuidado, organização financeira e criatividade. A cada vez que olho para ele, sinto uma energia renovada para seguir em frente e manter o foco em minhas prioridades. Que 2025 seja o ano de manter tudo no lugar com mais leveza e criatividade!