Uau, 2024 foi um ano e tanto, e nada melhor do que sentar para escrever essa retrospectiva e perceber tudo o que vivi nesses 365 dias. Será que ainda dá tempo? Fevereiro já está batendo na porta…
Não dá para falar de 2024 sem mencionar a enchente no Rio Grande do Sul. O caos, a tristeza e a destruição que se espalharam por toda a região foram devastadoras. Ver tantas pessoas perdendo tudo em questão de horas foi algo que realmente partiu o coração. Aqueles dias de angústia e incerteza ficaram marcados em mim, não apenas pela tragédia, mas também pela força das pessoas que se uniram para ajudar. A solidariedade e o apoio mútuo se mostraram essenciais, e, no meio de tanta dor, era reconfortante ver como a comunidade se mobilizou para dar suporte aos mais afetados. Foi, sem dúvida, um evento que mudou a vida de muita gente e deixou uma marca profunda em todos nós.
Eu fiquei uma semana sem luz, quase três semanas sem água em casa. Minha rua não foi alagada porque moro numa região mais alta do centro, mas todo o entorno estava completamente embaixo dágua. Bastava caminhar 100 metros e já não se poderia passar porque a água tinha correnteza nas ruas. Não foi como ver uma tragédia na televisão, foi ali, do lado de casa, pessoas que conheço perderam tudo. Ajudei como pude, mas sinto que não foi o suficiente.
Passei semanas indignada com tudo, com a prefeitura, com as pessoas que se aproveitaram da tragédia para se autopromoverem (pessoas próximas, inclusive). Tudo me deixou muito brava. E o pior foi ver o responsável direto pela tragédia ser reeleita. Por que responsável direto? Porque apesar de ser uma catástrofe natural, ela poderia ter nos afetado bem menos e ser menos destrutiva se quem governa a cidade cumprisse seu papel e se o capitalismo não tivesse uma fome destruidora e estivesse encaminhando a humanidade para o seu fim. A água não distingue raça ou classe social, mas a ganância e governos sim. Eles trabalham em prol de alguns grupos, deixando outros à margem, vulneráveis a essas tragédias que, infelizmente, serão ainda mais frequentes.
Lugares que visitei
Apesar desse cenário difícil, eu felizmente vivi momentos inesquecíveis ao longo do ano. Iniciei com uma viagem para Torres, onde acampei e aproveitei a natureza — acampar é sempre uma experiência incrível para mim! Em março, fui para São Paulo, uma cidade que adoro visitar. O motivo principal era um show, mas aproveitei para explorar a cidade (mesmo com os preços absurdos de tudo por lá). Felizmente, fiquei em um hostel na Augusta que gosto muito, cercado de restaurantes veganos. O Pop Vegan, na esquina, segue sendo meu favorito! Um dos pontos altos dessa viagem foi realizar um sonho: assistir a um espetáculo do Teatro Oficina. Foi uma experiência arrebatadora! Também visitei a exposição da Ligia Clark na Pinacoteca, que me deixou extasiada, e, como sempre, me emocionei no Masp — impossível não chorar diante dos Van Gogh. Gostei tanto de Torres que, no final de março, voltei para lá para um feriadão.
Em julho, fui para Florianópolis participar do Congresso Fazendo Gênero. Que semana potente! Apresentei um trabalho, conheci muita gente massa e revi amigas incríveis. Também passei um domingo em Nova Petrópolis, que cidadezinha charmosa! Mas difícil ser vegana lá. Ainda bem que tinha poke para montar.
Mudanças
No meio desse turbilhão, teve um grande passo na minha vida pessoal: comecei o ano juntando as escovas de dentes. Morar junto foi um desafio e uma alegria, e seguimos aprendendo e crescendo juntos.
Na vida fitness, me dediquei mais do que nunca à corrida. Entre altos e baixos, finalmente consegui correr minha primeira prova e ainda atingir meu objetivo de 5K. Ainda tem uma caminhada (literalmente) no meio, mas cada passo conta. E a academia? Nunca pensei que teria tanta constância! Além de correr, também pude ver pessoas correndo. Foi emocionante torcer pelas corredoras e corredores da Maratona Internacional de Porto Alegre.
Falando em mudanças, comecei a trabalhar com dois monitores e nunca mais quero voltar para a vida de tela única. Como eu vivia antes disso? Mistério.
Rolês e amizades
Assisti teatro de rua na Redenção com o Ói Nóis Aqui Traveiz e vi muito minhas amigas. Café, restaurante, Noite dos Museus, noite de jogos de tabuleiro. Teve de tudo. Eu frequentei bastante o cinema, especialmente durante o Fantaspoa, que eu adoro! Participei de várias sessões e assisti a filmes incríveis (embora nem todos tenham sido tão bons, alguns, infelizmente, foram bem decepcionantes…). E o show de encerramento… Ah, que maravilha, uma verdadeira perfeição!
Música, música, música
Os shows de 2024 foram épicos! Fui ao show do Bikini Kill em São Paulo, ainda não acredito que vi a banda mais icônica ao vivo. Foi simplesmente incrível!
Também assisti ao Wander Wildner e, no encerramento do Fantaspoa, tive a oportunidade de ver o Damn Laser Vampires. Uma das minhas bandas favoritas fez um reunion especial para esse show, e eu não podia perder de jeito nenhum. Superou todas as minhas expectativas (e eu já esperava muito!). Foi o último momento de felicidade antes da tragédia da enchente. Frank Jorge, pela primeira vez vi ao vivo essa lenda do Rock Gaúcho. Também estive no show do Nei Lisboa no Ocidente, que foi maravilhoso. No mesmo dia, tive a surpresa de curtir Bidê ou Balde (que eu nem lembrava que gostava tanto) e Replicantes, a banda que mais acompanhei na vida. Aliás, fui em muitos shows dOs Replicantes em 2024: o primeiro do ano, o show em que abriram para o Ratos de Porão (incrível!), o show para angariar fundo para os trabalhadores da cultura de Porto Alegre, o show de 40 anos da banda (PUNK!), o lançamento da série documental sobre a gravadora/produtora/bar deles nos anos 80, e, para encerrar o ano, o show de aniversário de 18 anos da Julia nos vocais.
Modificação corporal?
Fiz mais tatuagens em 2024 (nada de novidade, né?): uma da casa da Baba Yaga no estilo Neotrad com a Mari Addams, que ficou perfeita, mas… doeu demais! Panturrilha é, sem dúvida, um dos piores lugares. Ainda mais a minha panturrilha esquerda que já tem questões decorrentes de um problema de saúde antigo. Continuei o trabalho nas costas, mas não consegui terminar ainda, mas em janeiro a Carol finalmente concluiu e ficou um arraso! Com ela, também fiz uma tatuagem de galinha ♥️. No mesmo dia do meu aniversário de 40 anos, fiz uma pinha com a maravilhosa Cássia e, na mão, uma pequena frase: “let it be”, por conta de uma semana infernal no trabalho. E, Ah, e teve a tattoo na canela com a Mari (de novo), inspirada em Senhor dos Anéis, com a famosa frase “I’m no man!” (pequeno segredo: foi uma tattoo de casal… Eu fiz a Éowyn como rainha de espadas, e o Gui fez o Faramir como rei de copas… entendedores entenderão).
Também fiz um piercing novo e adorei o resultado. Alarguei mais as minhas orelhas, finalmente saindo dos 8mm depois de anos. Esse ano também me vi flertando bastante com outras formas de modificações corporais (a orelha de elfo está quase decidida…).
Nem tudo foram flores
Também teve perrengue: uma garrafa de vidro estourou na minha mão enquanto eu limpava a pia. Eu estava fazendo kombucha e, aparentemente, o gás da fermentação acumulou demais na garrafa. O resultado? Um baita susto e uma bagunça danada! E um conselho: não deixe para ir ao Pronto Socorro no dia seguinte, como eu fiz, achando que estaria lotado… a dor só piorou, e a espera foi ainda mais difícil.
O meu gatinho Calibã passou por um susto: teve um problema na patinha, uma bolha enorme de sangue que simplesmente estourou. Eu me senti em uma cena de série policial, quando os peritos chegam… Havia sangue por toda parte: nas paredes, nos móveis, no chão. Apesar de três visitas à clínica veterinária, ele precisou de uma cirurgia. E foi então que descobrimos que ele tem um tumor na patinha… pobrezinho.
O meu outro gatinho, Sméagol, voltou a ficar doente. Ele tem um problema urinário sério e já passou por várias cirurgias ao longo da vida. Quando me mudei para o apartamento onde estava morando desde 2020, ele parecia ter melhorado, pois o ambiente mais tranquilo ajudou a controlar parte do problema, que era desencadeado pelo estresse. No entanto, algo aconteceu no início do ano que fez ele voltar a ter complicações, e precisou passar por mais uma cirurgia para remover pedras na bexiga.
Next Level
Criei um jogo para usar em sala de aula e ficou perfeito! Levei para a gráfica, gastei rios de dinheiro e ficou com cara de jogo comprado.
Para fechar o ano com chave de ouro, tivemos uma grande mudança: trocamos de endereço! Agora estamos em um apartamento bem maior, com quase tudo o que eu sempre sonhei, como chuveiro a gás, ar condicionado e até um pátio! Os gatos amaram ter um pátio, mais espaço para brincar. E eu também, já tenho planos de uma horta… O melhor de tudo é que estamos em um bairro que eu simplesmente adoro, o Bom Fim, em Porto Alegre. Vou sentir saudade da nossa antiga casa na Fernando Machado, mas, honestamente, aqui está perfeito demais para não aproveitar ao máximo.
Não há dúvidas que 2024 foi um ano intenso. Foram meses repletos de desafios, aprendizados e conquistas que me fizeram crescer de maneiras que eu não imaginava. Agora, olhando para 2025, espero que seja ainda mais surpreendente. Espero novas aventuras, muitos quilômetros corridos e, claro, momentos inesquecíveis. Que este novo ano nos traga coragem para enfrentar o inesperado e sabedoria para aproveitar cada instante. E você, o que espera para 2025? Vamos tentar fazer deste ano o melhor de todos!