Uau, 2024 foi um ano e tanto, e nada melhor do que sentar para escrever essa retrospectiva e perceber tudo o que vivi nesses 365 dias. Será que ainda dá tempo? Fevereiro já está batendo na porta… Não dá para falar de 2024 sem mencionar a enchente no Rio Grande do Sul. O caos, a tristeza e a destruição que se espalharam por toda a região foram devastadoras. Ver tantas pessoas perdendo tudo em questão de horas foi algo que realmente partiu o coração. Aqueles dias de angústia e incerteza ficaram marcados em mim, não apenas pela tragédia, mas também pela força das pessoas que se uniram para ajudar. A solidariedade e o apoio mútuo se mostraram essenciais, e, no meio de tanta dor, era reconfortante ver como a comunidade se mobilizou para dar suporte aos mais afetados. Foi, sem dúvida, um evento que mudou a vida de muita gente e deixou uma marca profunda em todos nós. Eu fiquei…
Ói Nóis Aqui Traveiz
Laboratório
Quando entrei para a oficina de teatro que a escola oferecia, pensava em perder a timidez, conseguir fazer um comentário na sala de aula, estar habilitada a perguntar o que quer que fosse aos professores sem adquirir uma cor vermelha intensa nas bochechas, nem sentir um calor subindo pelo rosto e pela nuca. Pensava também em conseguir sociabilizar com os colegas de turma, algo que sempre foi muito difícil, visto que não conseguia sequer olhá-los de frente, imagina falar com eles. Aprender a falar, com um ou com muitos, era meu grande objetivo. Acontece que eu me enganei. Profundamente. Sim, eu atingi o objetivo, Tornei-me sociável, comunicativa, falante, tagarela, gritona. Mas não foi apenas uma expansividade exagerada que eu adquiri. Tomei gosto por essa história de viver outras vidas, ler outros mundos nas falas e ações dos personagens. Resolvi, então, encarar outro desafio e partir para algo mais profissional do que a oficina da escola. E fui cair logo na Escola de Teatro Popular…
Viúvas: Um Exercício Cênico sobre a Ausência
Quem me conhece de outros carnavais sabe que durante muito tempo dediquei miha vida as artes cênicas. Fiz a Oficina para Formação de Atores da Escola de Teatro Popular da Terreira da Tribo (eu fui aluna da segunda turma, lá em 2002), participei de alguns exercícios cênicos e era feliz. Essa fase já passou, apesar de ter algumas recaídas onde bate uma vontade de subir em um palco, reviver alguns personagens, explorar outras personalidades. Mas logo passa, essa não é mais a vida que eu quero. No entanto, o teatro ainda é uma das atividades culturais que mais me atrai. Tenho um prazer imenso em ver espetáculos cênicos. E quando esse espetáculo está vinculado a um dos maiores e melhores grupos teatrais do Brasil, o Ói Nóis Aqui Traveiz, fico sempre com uma expectativa muito grande. A estética do grupo é simplesmente fantástica, a proposta cênica é única e as ações do grupo são sempre voltadas para instrumentalizar atores (no…