É com grande pesar que venho até aqui escrever sobre isso, hoje de manhã chegou até mim a notícia de que um dos maiores cineastas de todos os tempos morreu. Ingmar Bergman, 89 anos, faleceu de forma “tranqüila e suave”, segundo Eva Bergman, que não informou nem a causa nem o momento exato do falecimento. Bergman deixou muitos fãs e um conjunto de obras preciosas. Ao longo da carreira, ele realizou 54 filmes, 126 produções teatrais e 39 peças de rádio, além de programas para TV. Suas obras-primas freqüentemente lidavam com a confusão sexual, a solidão e a vã busca pelo sentido da vida, temas que muitos atribuíam a uma infância traumática, quando ele era agredido pelo pai. O filme dele que mais me marcou foi o clássico “O Sétimo Selo” todas as cenas eram obras únicas, lindas, perfeitas, cortantes. O jogo de xadrez do cavaleiro que busca encontrar-se com Deus contra a Morte. A dança da Morte na colina, carregando suas vítimas. Atormentado por seus medos, traumas da sua infância doentia e pela vida pessoal bastante conturbada, Bergman traduziu tudo isso para o cinema e fez com que a Suécia fosse conhecida pela melancolia e pelo cenário cinza e branco do frio. Ele já estava aposentado desde a década de oitenta e morava na Ilha Faro (das ovelhas) onde filmou algumas de suas obras. Seus filmes deixam marcas em todos que assistem, se deixam envolver pela sua sutileza, pelo seu universo. A cada filme visto é proporcionado ao expectador um momento de mergulho interno, de reflexão, raro na produção atual. Derramo lágrimas de emoção, de compaixão, de melancolia, de sangue a cada cena de seus filmes. Com Bergman, cinema era sempre arte. Vale a pena ler sobre sua vida e descobrir as nuances e as verdades de seu trabalho. O cinema está de luto, perdeu um de seus maiores nomes. Ficamos órfãos.
que bonita a tua descrição do fim.
🙂
o que agora dá, é pra apreciar o que ele deixou. bonita herança. bonita herança
😉
beijo
Olá Carla. Obrigada pelo comentário. E valeu por gostar do que escrevi… Concordo contigo: bonita herança. Quem dera todas as heranças fossem bonitas assim…
🙂