A Grande Rainha, segundo livro da série As Brumas de Avalon de Marion Zimmer Bradley, continua a saga das mulheres da corte da Bretanha, já então do Rei Artur. Ao contrário do primeiro livro, neste temos a presença contínua da cristã Gwenhwyfar (Guinevere), a Rainha, como o próprio título já indica. As outras personagens, com exceção de Morgana aparecem muito pouco e são mencionadas poucas vezes também. A Senhora do Lago, Viviane, é praticamente deixada de lado e Igraine possui um capítulo dedicado à ela. Infelizmente, até mesmo Morgana é deixada um pouco de lado na trama. Com isto, quero dizer que ela até aparece bastante, mas seu papel é secundário, pois a narrativa está mais preocupada em narrar o desenvolvimento de Gwenhwyfar de frágil e amedrontada menina que foi desposada contra sua vontade, à Rainha de fato, que impõem sua vontade ao marido e exige inclusive que ele quebre seu juramento para com Avalon. Além disso, ela precisa lutar…
Desafio Literário
As Brumas De Avalon Livro 1 – A Senhora Da Magia, de Marion Zimmer Bradley
Acabo de ler o primeiro livro da quadrilogia As Brumas de Avalon de Marion Zimmer Bradley comprado no submarino por R$ 29,90, um preço justo para uma edição tão pobrezinha e com uma diagramação from hell. Eu tinha vontade de ler As Brumas de Avalon desde os meus 15 anos, quando comecei a me interessar por religiões pagãs, celtas e até cheguei a ler alguns livros sobre Wicca (alguém lembra da modinha Wicca do final dos anos 90?). O tempo passou e por diversos motivos adiava a leitura. Agora que comecei a quadrilogia não posso mais parar. Fiquei realmente encantada com a beleza do livro e das personagens. A leitura não foi muito rápida pois li ao mesmo tempo outras coisas e em alguns momentos – infelizmente – tive de priorizar outros textos ao de Marion. Mas todas as vezes que pegava o livro para ler o fazia com imenso prazer e devorava suas páginas. A lenda que envolve o…
O que é isso, companheiro?, de Fernando Gabeira
Há na História do Brasil um período que ainda é doloroso para milhares de mães, pais, esposas, esposos, filhos e filhas, para amigos e companheiros que perderam entes queridos para a repressão. Os anos de Ditadura Militar são uma ferida que não fecha e da qual não podemos esquecer jamais. Muitos homens e mulheres que viveram aquela época não estão aqui para contar suas histórias de vida, porque caíram, foram desaparecidos. Muitos que sobreviveram escondem suas memórias por medo, vergonha, ou muitos outros motivos. Outros ainda as usam ou as negam como promoção política. Felizmente alguns sobreviventes possuidores de habilidade com as palavras nos proporcionam relatos riquíssimos que nos servem de guia, de máquina do tempo, de lembrete, de um tempo turbulento, violento e doloroso da nossa História. Esse último é o caso do escritor, jornalista e político brasileiro Fernando Gabeira – que nasceu em Juiz de Fora no dia 17 de fevereiro de 1941. Gabeira escreveu em 1979 (antes mesmo…
Che Guevara – A vida em vermelho, de Jorge G. Castañeda
Escolher uma biografia é escolher ler sobre um personagem real do qual queremos conhecer mais sobre sua vida. Nesse sentido, a escolha recai mais sobre o personagem em si do que ao livro que poderemos ler, visto que um mesmo sujeito pode ter sua vida biografada por mais de um autor. Eu não li muitas biografias ao longo de minha vida, e não estou acostumada com a linguagem utilizada (se é que existe um padrão no gênero), e me deparar com uma biografia de um personagem tão enigmático quanto mitológico para a juventude do século XX foi uma bela surpresa. Na verdade eu comecei a ler Che Guevara – A Vida em Vermelho, de Jorge G. Castañeda, em 2000, e no auge dos meus 16 anos não tive maturidade e conhecimento histórico suficientes para aguentar a densa leitura que a biografia requer. Retomando uma leitura abandonada há mais de dez anos pude finalmente compreender isso. Não que hoje eu seja um exemplo de maturidade e sabedoria, mas…
Memórias da Emília e Peter Pan, de Monteiro Lobato
O universo infantil criado por Monteiro Lobato é referência para muitas pessoas. Para os que viveram a infância nas décadas de 1980 e 1990 a série do Sítio do Pica Pau Amarelo ainda está na lembrança. Para os mais novos, a Globo tratou de fazer uma nova versão do programa que trouxe esse universo mágico para os mais novos. E como muitos, meu conhecimento das obras infantis de Monteiro Lobato vieram da televisão. Até meus 16 anos eu nunca tinha lido nenhuma obra do escritor, então comecei a fazer hora do conto para os alunos da quarta série na escola em que estudava e contei algumas das histórias de Dona Benta. Depois disso só voltei a ler algo do senhor Lobato agora em 2011. E é muito interessante ler um livro infantil escrito há tantos anos: a idade faz com que prestemos atenção em coisas que quando crianças deixaríamos de lado. No entanto, o mundo criado por Lobato é tao…