Logo no início de janeiro eu vi um post sobre um filme no Anorak. A curiosidade me pegou de jeito.
Finalmente consegui assitir a produção de Christiane Cegavske. E fiquei encantada com o que vi. Uma animação em stop-motion maravilhosamente obsoleta.
Blood Tea and Red String (Dir: Christiane Cegavske; EUA; 2006)
Escrita, dirigida e produzida por Christiane demorou 13 anos para ficar pronta, mas cada minuto na produção desta obra-prima valeu a pena.
Os bonecos e o cenário foram feitos inteiramente por ela e possuem um detalhismo magnífico. Criou um universo novo, onde as cores e seus habitantes são de uma vivacidade enorme, no entanto são também assutadores.
A história tem uma sinopse muito simples: ratos brancos e altivos (aristocráticos, vestidos em estilo Vitoriano) de encontro às criaturas que residem sob o carvalho (orelhas de bastão, pele peluda e bico de corvo). As criaturas criaram uma boneca fêmea com um ovo em sua barriga e a penduram em forma de crucifixo no carvalho. Numa noite, os ratos chegam silenciosamente e levam embora a deusa de pano. Tem inicio uma perseguição para recuperar a boneca.
A seqüência é totalmente livre de diálogos dando um toque ainda mais especial e fazendo a trilha sonora de Mark Growden um elemento de muita importância. É impossível imaginar o filme sem a flauta que um dos habitantes do carvalho toca constantemente.
Uma fábula enigmática e sombria, que muitos diriam não ser indicados para crianças. Mesmo que todo conto de fada tenha sido originalmente sombrio. Esse é um conto de fadas adulto muito inspirado no cinema de David Lynch. Inspiração que essa que salta aos olhos já nas primeiras cenas da película feita totalmente à mão.