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Comentando True Blood

O que eu fiz nesse feriadão de Carnaval além de ir ao Cevas & Blogs e ver a cerimônia do Oscar na Internet? Não, eu não saí em bloco nenhum, não vi desfile de nenhuma escola de samba ao vivo nem na televisão, não fui a nenhum baile de máscaras.

Eu vi a primeira temporada de True Blood, do começo ao fim (exceto o primeiro episódio que tinha visto um tempo atrás). O que não é muito complicado, pois a temporada é mais curta do que a maioria: tem doze episódios (comum para séries da HBO).

Eu gostei bastante da série. Porém não achei a melhor coisa desde  a tampa de rosca, diferente de muitos.

Criada por Alan Ball, o mesmo de Six Feet Under, o programa é baseado na série de livros de Charlaine Harris, em especial no primeiro livro Dead Until Dark. Uma série sobre vampiros que tentam viver entre os humanos e uma garçonete paranormal que se apaixona por um exemplar da fascinante e marginalizada espécie. Passa-se numa cidadezinha no sul dos Estados Unidos onde um assassinato misterioso ocorreu.

Quando vi o piloto pensei: nossa, tudo isso em uma série só? Parece tanta coisa, sei não. Teve gente que gostou demais. Eu desconfiei. Dei um tempo para ver os outros episódios.

Atenção: contém Spoilers!

O eixo principal é o relacionamento entre Sookie Stackhouse (Anna Paquin) e Bill Compton (Stephen Moyer). Confesso que achei Sookie bastante chatinha. Bill, por sua vez conquista qualquer uma – ele é um vampiro bem bonitão, ok. Na fictícia Bon Temps – Luisiana, muitos pensam que Sookie é uma doida varrida. Ela age de forma bem estranha, afinal de contas ela escuta o pensamento de todos os humanos ao seu redor.

O casal de protagonistas não chamou tanto minha atenção quanto alguns dos personagens secundários. Gostei bastante da vó de Sookie, Adele Stackhouse – muito bem interpretada por Lois Smith – que também é assassinada.

Outro personagem interessante, e bastante enigmático até quase o final da temporada, é Sam Merlotte(Sam Trammell), chefe de Sookie e apaixonado por ela. É dono do Merlotte’s Bar e esconde um segredo bem interessante. Mais um mistério para a série.

Sua relação com Sookie vai crescendo conforme a temporada avança e é alvo de ciúmes do vampiro Bill. E atitudes curiosas o colocam sob suspeita do detetive da cidade Andy Bellefleur (Chris Bauer).

Mas quem merece mesmo destaque é Lafayette Reynolds (Nelsan Ellis). É o melhor personagem da série, mesmo que tenha sido pouco explorado. Trabalha no Merlotte’s Bar com Sookie. Sarcástico, engraçado e o mais inteligente dos personagens. Exceto pela sua surpresa ao descobrir que uma de suas transas é um político hipócrita (que grande novidade).

Mantém relacionamento com um vampiro recém transformado em troca de V (sangue de vampiro – ilegal e usado para diversos fins por humanos). É dele que sai as maiores pérolas da série.

E o ponto alto da série, na minha modesta opinião (e do Juliano também), vem de outras duas ótimas personagens. Tara Thornton (Rutina Wesley) e sua mãe, Lettie Mae Thornton (Adina Porter) tem uma relação conflituosa.

A filha tem problemas em se relacionar com as pessoas – exceto por Sookie, que é sua melhor amiga –  fala sem pensar e não parou em nenhum emprego até conseguir uma vaga no Merlotte’s Bar. A mãe bebe demais, demais mesmo, e acha que é o demônio quem faz isso com ela. Ambas apelam para o exorcismo para melhorarem suas vidas. Engraçado que entre vampiros e outras entidades sobrenaturais, o exorcismo não passa de um embuste.

Alguns momentos bem humorados também fazem parte da trama: o drama existencial do detetive e as pirações de Jason Stackhouse sob o efeito de V, por exemplo.

Outro ponto positivo da série é a abertura, que é maravilhosa. A música é ‘Bad Things‘, de Jace Everett.

I wanna do bad things with you.

Depois de tudo isso, ainda ficou um baita gancho para a próxima temporada. Como eu disse, a série é boa, mas teve outras melhores passando concomitantemente. É esperar para ver.

Anarca, feminista, vegana, cat lady, bookworm, roller derby, hiperbólica, entusiasta das plantas e constante aprendiz. Rainha de paus, professora de história, amante de histórias. Meu peito é de sal de fruta fervendo num copo d'água. ♀️✊Ⓥ

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Vinícius P.
Vinícius P.
27 de fevereiro de 2009 2:15 pm

“Porém não achei a melhor coisa desde a tampa de rosca, diferente de muitos.” Hahaha, adorei, ainda mais com meu link =D Bem, para mim é a melhor da temporada, mas concordo com a maioria do que você comentou, inclusive em relação às personagens – o núcleo de Tara e a mãe bêbada é mesmo um dos destaques, sem falar em Lafayette.

Abs!

MoizaCARTUNS
MoizaCARTUNS
1 de março de 2009 12:28 pm

Pow… tenho o pacotão básico da SKY, que não pega HBO. Mas essa série está sendo tão bem falada, que estou pensando em passar pra um pacote melhor 🙂

Agora, não consigo pensar em mais nada de novo pra fazer com vampiros! Blade, Buffy, Van Helsing, Crepúsculo, Moonwalker… não tá na hora de dar uma parada; explorar outros seres míticos? Sei la…

Abraços o/

LEILA
LEILA
30 de julho de 2009 1:52 pm

A SERIE ESTA MUITO DIFERENTE DO LIVRO.POR EXEMPLO.O ERICK DA SERIE E MUITO MAIS VILÃO DO QUE NO LIVRO.NO LIVRO ELE E MAIS UM GALA QUE TENTA A TODO CUSTO CONQUISTAR A SOOKIE.VAMOS VER NO DESENROLAR DA SERIE SE ELES FAZEM O ERICK FICAR MAIS PARECIDO COM O DO LIVRO.SERIA MUITO MAIS INTERESSANTE.

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