Mochileira pobre

Diário de Bordo #2: Curitibanos – SC

Chegando de viagem, depois de oito dias maravilhosos no interior de Santa Catarina, mais precisamente em Curitibanos. Uma cidade com paisagens lindas e muita história para contar. E nada mais apropriado para uma estudante de História do que uma cidade com muitas histórias.

Passeio foi o que não faltou por lá. E com uma guia de mão cheia (que também nos abrigou em sua casa) conhecemos lugares fantásticos.

Sítio João de Barro

Como quase toda cidade do interior, a zona rural é bem ampla. No caso de Curitibanos, tivemos a oportunidade de conhecer bastante o interior (do interior). Nossa guia possui um sítio no Rapa do Bocó, mais ou menos 30 kilômetros do centro da cidade em uma estrada de terra.

Plantação de feijão, barracão de alho recém colhido, milho e algumas ovelhas. Cães, gatos e insetos, MUITOS insetos. Silêncio, colírio para os olhos, para onde quer que se olhe se vê verde, Araucária e mais verde.

Capão da Mortandade

Local histórico onde ocorreu uma batalha da Guerra dos Farrapos (ou Revolução Farroupilha) e Anita Garibaldi foi presa. O Capão da Mortandade fica dentro de uma fazenda enorme, e o capão está preservado intacto, com a mata nativa e um monumento aos mortos da batalha que ainda estão enterrados por lá.

A sensação de descer do carro no meio do mato (o capão) e ver uma cruz branca e uma pedra cercada por uma corrente é arrepiante. O cenário parece de filme de terror (e dizem as más línguas que os espíritos dos mortos vagueiam por ali à noite).

A História:

No dia 12 de janeiro de 1840 os farrapos liderados pelo Giuseppe Garibaldi que marchavam com destino ao Rio Grande do Sul foram surpreendidos ao se depararem com o exército imperial. Depois de um intenso combate na Fazenda da Forquilha a 18 km da cidade, os Farrapos foram derrotados com elevadas baixas, tiveram que bater em retirada. Os mortos desse combate foram sepultados em cova comum no lugar que ficou conhecido como “Capão da Mortandade”.
Fonte: Prefeitura Municipal de Curitibanos.

Sino da Paz

O único lugar que visitamos que fica fora da cidade de Curitibanos. Mas é bem na divisa com Frei Rogério. Fica no Núcleo Celso Ramos, comunidade de colonização japonesa. O Parque Sino da Paz foi construído para relembrar o acontecimento da bomba atômica lançada sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki na 2ª Guerra Mundial e homenageia às vítimas e seus sobreviventes de Explosões de Bombas Atômicas.

O monumento é muito bonito, e tem as formas de um Tsuro, o pássaro de origami que simboliza a paz para os japoneses.

E no mesmo terreno do parque tem um sítio com os primeiros pés de maçã Fuji plantados no Brasil, em 1968. Pegamos uma maçã no pé e provamos a maçã histórica. Veredito: deliciosa.

O Museu

A cidade de Curitibanos tem um museu que fica na antiga prefeitura, um prédio construído em 1929. Fica ao lado da Igreja Matriz da cidade e em frente a praça. Descrição perfeita do centro de alguma cidade pequena. O museu é pequeno, mas guarda um acervo muito rico da história da cidade. Armas usadas na Guerra do Contestado, munições, fotografias, mapas, objetos pessoais que foram doados por famílias antigas na cidade.

A Volta pra Casa

O centro é pequeno, e não tem NENHUMA loja de lembranças . Rodamos por um bom tempo procurando e nada. Trouxe para casa de lembrança quase dois quilos de alho. Afinal, o cultivo do alho é o principal da cidade e acabou se tornando símbolo para a região.

Depois dessa viagem maravilhosa, onde nenhum momento foi em vão, fica a vonte de de voltar. E de sair por aí, conhecendo lugares diferentes todos os dias.

Para ver mais fotografias da viagem, basta acessar meu flickr.

Anarca, feminista, vegana, cat lady, bookworm, roller derby, hiperbólica, entusiasta das plantas e constante aprendiz. Rainha de paus, professora de história, amante de histórias. Meu peito é de sal de fruta fervendo num copo d'água. ♀️✊Ⓥ

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Cecília
24 de janeiro de 2009 11:26 pm

Moro em SC há mais de 20 anos e conheço tão pouco do estado… dá até uma vergonha…

:*

Vhenam
7 de fevereiro de 2009 10:02 pm

Olá Dani, adorei seu blog é muito interessante, venha fazer parte da minha humilde comunidade que iniciei a pouco tempo, eu já faço parte da sua comunidade que é show.
Participe, eu colocarei o link do seu blog e de sua comunidade em destaque na minha comunidade, CLUB BLOGUEIROS
Obrigado!

mario
mario
22 de outubro de 2010 9:14 pm

Na volta de alguns dias em Piratuba,fui visitar um lugar ,onde me disseram,tinha terrenos baratos para vender,e o local estava em franco crescimento.Um local calmo,silencioso,onde nenhum vizinho iria me importunar com barulho nenhum.Bem qdo fui ver o terreno,resolvi não compra-lo pelos seguintes motivos;
1-Achei-os muito pequenos.2 metros de comprimento por 80 cm de larguura e 1 metro de profundidade.;
2-Não consegui falar com o corretor pois ja havia morrido
3-Apareceu um vulto ao longe,portando uma espécie de foice e gritou:É você que quer vir morar aqui?
Bem,eu saí correndo pra nunca mais voltar até hoje o cara deve estar atrás de mim.O Local existe e chama-se CAPAO DA MORTANDADE ,quem duvida,pesquise no google,pelo menos o local existe e quem gostou da historia pode me escrever dvltda@bol.com.br meu nome é Mario

trackback
25 de agosto de 2015 9:16 am

[…] fazendo, que é o melhor jeito de aprender. Fui no Tim Festival em Curitiba com excursão. Fui para Curitibanos em Santa Catarina (e foi incrível), fui para São Paulo (duas vezes e me apaixonei pela cidade!), fui para Buenos […]

Júlia Marques
28 de janeiro de 2018 6:02 pm

Cara, que lugar incrível, parece que nós nunca valorizamos lugares como este no Brasil. Já está na minha agenda cultural deste ano, moro no RS e acho que assim como eu, mais pessoas deveriam olhar mais as belezas do nosso país e da nossa região.

trackback
13 de setembro de 2020 11:42 am

[…] fazendo, que é o melhor jeito de aprender. Fui no Tim Festival em Curitiba com excursão. Fui para Curitibanos em Santa Catarina (e foi incrível), fui para São Paulo (duas vezes e me apaixonei pela cidade!), fui para Buenos […]

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