Reflexões

Querela moral acerca do tempo de natal

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 Como muitos já sabem, eu não sou cristã, não creio em deus. Conseqüentemente não acredito em natal. Mas isso não vem ao caso nessa discussão. O que coloco na roda são as luzes piscantes que vem aos milhares nessa época do ano. Fico pensando o que passa na cabeça das pessoas ao enfeitarem suas casas com aquelas lâmpadas bregas tapando a casa inteira, fazendo competições da casa mais iluminda ou da maior árvore de natal (toda coberta com as tais luzes).

Em tempos de aquecimento global (sem contar o apagão de um passado recente), onde o papo do ano foi economizar energia e poupar o meio ambiente, imaginei por alguns segundos que esse ano o natal seria diferente. Menos iluminado e mais consciente. Ledo engano. Recordes em números: árvores ainda mais altas, mais iluminadas e mais admiradas. Quanto maior e mais brilhante melhor. E dá-lhe dinheiro público em toda essa baboseira.

Fico pensando em alternativas pra essa cultura que já está tão incutida na sociedade. Em Belo Horizonte a prefeitura está usando lâmpadas econômicas. Trabalho de formiga, mas já é alguma coisa em meio a tanto desperdício (de dinheiro e energia). Mesmo assim minha indignação não diminui.

É claro que encanta, é bonito de se ver e as crianças (principalmente) adoram. Porém a querela moral permanece. Quem arca com este gasto é o povo. Quem perde com tudo isso é o meio ambiente. Quem ganha com isso? Um punhado de gente que quer uma atração para suas noites fúteis? Não sei, alguém me responde?

Anarca, feminista, vegana, cat lady, bookworm, roller derby, hiperbólica, entusiasta das plantas e constante aprendiz. Rainha de paus, professora de história, amante de histórias. Meu peito é de sal de fruta fervendo num copo d'água. ♀️✊Ⓥ

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Em casa de ferreiro o espeto é de pau « Vejo tudo e não morro | Presentes bacanérrimos
17 de dezembro de 2007 11:22 pm

[…] casa de ferreiro o espeto é de pau Publicado dezembro 18, 2007 quase morri A Daniela alertou e está repleta de razão: o que chamamos de decoração natalina é uma prática antagônica ao […]

trackback
18 de dezembro de 2007 7:18 am

[…] com a querela moral das árvores natalinas batucando na minha cabeça eu tive de “me abrir” (gauchês) pra árvore mais geek do […]

Fael
19 de dezembro de 2007 3:30 am

Poluição visual com essas luzinhas, sonora com carros de som tocando jingle bells, todo mundo iludido e feliz, e eu mal humorado e puto da vida… Ainda bem que vou trabalhar na noite do dia 24 pro 25, pra nao ter q rezar em volta da mesa, comer o alimento que jesus nos dá (a gente não trabalha e compra comida, jesus nos dá o direito de trabalhar e nos dá a comida), e trocar presentinhos..

Belo blog Daniela..
Inté!

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