Dirigido por: Steve Hughes
Escrito por:Gareth Roberts
Só mais esse episódio para saber o que realmente aconteceu com o Doutor no início da temporada. Mas é nesse que descobrimos como ele chegou até lá.
O episódio começa de forma muito parecida com o primeiro episódio em 2005. E se passa basicamente em uma loja de departamentos. É aqui também que temos a volta do Cybermen. Parecia bem despretensioso, parecia até ser um alívio cômico para o mar de lágrimas que era esperado para a finale. Apesar de realmente ser um alívio cômico em diversos momentos, o episódio foi bem mais do que isso.
Depois de deixar o casal Pond em casa em The God Complex, ele resolve visitar alguns amigos e 200 anos se passam até ele chegar na casa do velho amigo Craig Owens, aquele do episódio The Lodger, na 5ª temporada, um dia antes de sua morte. Craig vive uma vida bem diferente da época em que foi visitado pelo Time Lord, e diga-se de passagem o Doutor ajudou bastante. Ele está casado com Sophie e com um bebê lindo que ficou encarregado de cuidar enquanto sua esposa está viajando. O bebê chama Alfie, ou como ele prefere, Stormageddon. Mais uma vez vemos o Doutor falando com bebês.
A chegada do Doutor, é claro, não veio sem uma aventura como presente. As luzes piscam por toda a cidade e um simples passeio por uma Mega Store se transforma em uma batalha contra Cybermen que estão escondidos embaixo da loja, depois de uma queda na terra centenas de milhares de anos atrás, esperando pela oportunidade de sair. As luzes anunciam a chegada dessa hora. Mas sabemos, nós e o Doutor, que essa aventura é apenas uma reunion antes de sua morte. E como brinde tem uma pequena aparição do casal Pond: eles estão na loja e o Doutor se esconde deles e acaba vendo uma propaganda, ele se tornou garota propaganda do perfume Petrichor que significa “o cheiro da chuva na terra seca” e é também parte da senha telepática para entrar em um dos quartos da TARDIS em The Doctor’s Wife.
Mesmo com as piadas, Craig tentando ao máximo ser um bom pai, a comédia de erros, o Doutor arrumando um emprego em uma loja de departamentos, e todos os seus colegas pensando que ele e Craig são um casal, a turnê de despedida do 11º Doutor foi muito bem retratada, principalmente no final, com a parte em que MattSmith salva Alfie e Craig e pega emprestado quatro envelopes azuis para mandar para Amy, Rory, Melody e seu eu do passado, preparando o palco para seu encontro com o destino no Lake Silencio. Uma das melhores partes do episódio foram os últimos cinco minutos: a maneira como River Song fica assustada ao ser abordada pela mulher com o tapa olho, a vestem como astronauta e todo o seu “treinamento” vem a sua mente.
E Alan Sepinwall disse e eu assino embaixo: em algum lugar do que seria uma preparação para o grande final, um alívio para a choradeira futura, o episódio se transformou numa linda história sobre paternidade. Sobre como um pai se preocupa em proteger seu filho mais do que a si mesmo. Como ele tem que lidar com o cotidiano por vezes irritante e constrangedor de uma criança. E foi realmente comovente, porque o que destruiu o Cybermen foi essa força paterna de Craig.
E mais, foi o paizão quem puxou a orelha do Doutor dizendo que ele estava muito só e precisava de uma companhia. A tensão interna do Doutor na proximidade da morte estava bem evidente, embora Craig não soubesse do que se tratava, os sentimentos do Doutor eram muito intensos. O Doutor esta velho e viveu tudo intensamente. Olhar para trás e ver tudo o que fez, de bom e ruim, deixa ele em constante conflito e mesmo que use o humor para disfarçar isso, Craig consegue ver que algo não está certo. Nesse sentido o uso dos Cybermen ganha sentido: um monstro conhecido que não precisaria de explicação e não tiraria o foco de todos esses conflitos que se apresentaram.
