Dirigido por: Jeremy Webb
Escrito por: Steven Moffat
Finalmente o mistério sobre a morte do Doutor é revelado. E nada melhor do que fazer isso embalado por um casamento. O nome do episódio até certo ponto parecia incompatível com tudo o que está acontecendo, mas quando ele acontece tudo faz sentido. O episódio foi muito bom, como sempre, afinal de contas quem escreveu foi o próprio gênio por trás da temporada, Moffat.
Mas fiquei com uma pulguinha atrás da orelha. Mesmo maravilhoso eu esperava muito mais. Por quê? Simplesmente porque era um episódio escrito pelo Moffat. Ele repetiu o truque de The Pandorica Opens de trazer de volta caras conhecidas para o final da história. Assim matamos a saudade de Foi assim que chegamos Churchill e do cara gordo e azul, da tripulação do Teselecta e do Silence. É claro que teve também River Song , Madame Kovarian, Rory e Amy.
É claro que era um final complicada para o arco que Moffat criou. Como explicar uma morte definitiva do Doutor? O que seria da série depois disso? Matt Smith é um Doutor memorável, mas não seria o último, com certeza. O arco pedia um final muito bem fechado, mas esse final não poderia ser óbvio, como um Doutor fake feito da tal carne (lembra que o fake ficou pra trás naquele episódio?). Eu me recusava a acreditar que Moffat faria isso. e não fez. Um grande suspiro de alívio. Mas ele fez quase isso. Certamente não foi tão óbvio, mas a explicação para como o Doutor se salvou da morte sem violar um ponto fixo no espaço-tempo já tinha sido cantada previamente, mas ainda assim foi bem executada.
O casamento entre River e o Time Lord era esperado desde a primeira aparição da misteriosa personagem lá na quarta temporada em Silence in the Library. E foi uma cena muito boa mesmo. River Song falando sobre como todo o universo quer a salvação do nosso amado Time Lord foi emocionante e mais, melhorou a auto imagem do Doutor depois de todos os conflitos internos por que passou nos últimos episódios.
Tudo começa quando River foge da programação e se recusa a matar o Doutor, o que causou um colapso das barreiras de tempo que deixou todas as eras da história humana sobrepostas, com as Pirâmides na América , pterodáctilos em Londres e Charles Dickens na TV. O dia é sempre 22 de abril e o tempo sempre ser 5:02 pm, o dia e a hora exatos que o Doutor morreu lá no início da temporada. O episódio basicamente repetiu a estrutura de The Big Bang, e toda a história de uma realidade alternativa em que tudo acontecia ao mesmo tempo porque o tempo estava acabando foi ao mesmo tempo super bacana e um tanto repetitiva.
O Doutor precisava resolver esse problemão e convencer River a matá-lo. Tarefa das mais complicadas. Como fazer uma mulher apaixonada e convencida da importância do Time Lord para o bem estar do Universo a matá-lo? Afinal do Doutor precisa morrer para solucionar o problema do tempo. E como fazer para continuar vivinho da silva mesmo depois de resolver tudo? É claro que ele dá um jeito. É no casamento que ele começa a pôr o seu grande plano em ação. Foi o Teselecta que “morreu”. Um robô que se parece com ele foi o suficiente para enganar o Silence. Mas não bastava isso, ele estava miniaturizado dentro do robô. Especulando sobre como exatamente o Teselecta começou a se regenerar eu cheguei a conclusão que a cópia robotizada é geneticamente idêntica ao original em algumas características (só algumas porque o interior é basicamente constituído de tralhas robóticas e anticorpos assassinos, além é claro da sala de controle). essa é a explicação mais óbvia, mas tenho que admitir que esse é um furo que ficou vagando pelo ar nessa finale.
Paralelo a isso fossemos brindados com cenas lindas que só essa confusão poderia nos dar, como por exemplo Rory da linha do tempo alternativa protegendo Amy sem saber que eles se amam e são casados e que ele até virou plástico por ela. ele mais uma vez mostrou sua lealdade sem fim e disposição para suportar a agonia e até a morte para a causa e principalmente por Amy. Uma cena que me surpreendeu muito foi ver a primeira aparição de Amy com um tapa olho, aquilo explodiu minha cabeça por uma fração de segundos, até perceber que o que eu tinha imaginado era estupidamente irreal, imagina se Amy e Madame Kovarian seriam a mesma pessoa, só eu mesmo. Na linha de tempo alternativa ela está a cargo da Área 51 e em constante batalha contra o Silence. E quase no final, temos finalmente a vingança de Amy pelo roubo de sua filha, que cena incrível.
E a pergunta mais antiga do universo: Doctor Who? Foi muito bacana toda a construção para chegar até essa revelação. Agora, uma outra pulguinha que ficou atrás da orelha foi como Amy, depois de o tempo ter sido restaurado, sabia que o Doutor estava morto? Ele tinha deixado o casal Pond antes de partir para sua aventura final e pelo que sabemos não mantiveram mais contato. Há a possibilidade de ela ter entrado em contato com sua filha, como quando ela aprece no jardim para contar a Amy que o Doutor na verdade está vivo. E ela lembra de ter matado Madame Kovarian, Amy não esqueceu do que aconteceu com sua versão alternativa. Afinal ela lembra de tudo que aconteceu com sua cópia de carne, lembra dos sonhos criados pelo Senhor dos Sonhos, e mais importante, ela conseguiu lembrar do Doutor no dia do seu casamento. Amy parece imune a esquecer as coisas quando o tempo é reescrito.
O episódio pode não ter sido tudo o que eu esperava, mas eu tenho que dizer que ele me convenceu e foi muito bom sim. Agora é esperar até o dia de Natal para ver o tão aguardado especial (falta pouco, muito pouco!) e esperar também pelo próximo ano e a sétima temporada cheia de novidades, e por Amy e Rory de volta, pelo menos foi o que deu a entender na cena final.