Assistindo

Doctor Who 07×00: The Doctor, the Widow and the Wardrobe

Dirigido por: Farren Blackburn
Escrito por: Steven Moffat

 Depois de uma adaptação do conto de Charles Dickens, “A Christmas Carol“, no especial de Natal no ano passado, Moffat nos brinda com “The Doctor, the Widow and the Wardrobe“, inspirado na obra de C. S. Lewis, “The Lion, the Witch and the Wardrobe”, conhecido aqui na terra brasilis como “O Leão, a Feiticieira e o Guarda-roupa“. E as semelhanças não estão apenas no título. Mas apesar delas, a obra de Lewis está bem distante do que é proposto no episódio.

O especial inicia com uma sequência memorável, continuação do prequel citado aqui na semana passada. O que mostra o quanto o Doutor aprontou depois de forjar sua morte. Ele explode uma nave que estava para atacar a Terra (pelo menos foi o que pareceu) e o filho mais ilustres de Gallifrey acaba vestindo um traje de astronauta enquanto percorre o espaço aberto depois de ser expulso da nave com a explosão que causou (olha o traje de astronauta de novo aí, gente!). Ele cai na Terra em 1938, véspera de Natal, e Madge Arwell (Claire Skinner) o encontra com o capacete preso e virado, pois ele “teve que se vestir com pressa”. Impossível ver o rosto do Doutor. Ela o ajuda a encotnrar uma cabine de polícia (a TARDIS, é claro) sem saber de nada. Ela vê nele um anjo do espaço, e ele promete retribuir a bondade, basta que ela faça um desejo – “geralmente funciona”.

Eles seguem caminhos separados até que em 1941, na véspera de Natal mais uma vez, Madge recebe  a notícia de que seu marido estava desaparecido. Ele estava lutando na Guerra como piloto e ela não consegue contar para as crianças o que aconteceu. Ela acaba levando os filhos para a casa de um tio no interior para fugir dos bombardeios de Londres (como ocorre na obra de Lewis). Chegando lá a família encontra um zelador muito esquisito, o Time Lord veio atender o desejo de Madge – proporcionar às crianças um bom Natal. Ele fez alguma melhorias na casa (“I know!”), deixando tudo perfeito para as crianças se divertirem. Até deixou um presente debaixo da melhor árvore de Natal de todas.

O presente é meio esquisito e muito grande, o que acaba por chamar a atenção de Cyril. O garoto acaba abrindo o presente antes do Natal e é transportado para um planeta alienígena com uma floresta coberta de neve. As árvores parecem pinehiros de Natal naturais, pois delas nascem bolas que parecem enfeites de Natal. Ele acaba seguindo uma criatura que nasce de uma das árvores e o Doutor e a irmã de Cyril, Lily (que é a que mais se encaixa como companion no episódio), também entram nesse mundo através da caixa (outra semelhança com “O Leão, a Feiticieira e o Guarda-roupa”, onde a passagem para Nárnia se dá por um guarda-roupa, as crianças saem no meio de uma floresta e por lá é inverno, com muita neve).

Moffat impressiona mais uma vez, não por um enredo super elaborado, cheio de reviravoltas temporais, muito pelo contrário, por um roteiro que apesar de alguns avanços no tempo, é bastante linear. Outra surpresa são seus monstros, a princípio assustadores, mas para eles estão reservados muito mais do que monstruosidades. Como explicar isso sem vazar spoilers? Bom, eles ficam em segundo plano durante a maior parte do drama e tem uma razão muito boa para fazer o que estão fazendo. Ele realisou um trabalho maravilhoso dando vida à floresta e fazendo o espectador sentir um ambiente ao mesmo tempo assustador e mágico. Além disso, a floresta com árvores que conversam entre si me lembrou muito uma das florestas de O Senhor dos Anéis.

As duas crianças estão ótimas, e fiquei encantada com os olhos arregalados de Cyril, um garotinho curioso e muito fofo. E Claire Skinner também está muito bem como Madge, aliás a personagem é bem interessante e é responsável por cenas de cortar o coração. Já Bill Bailey, Arabella Weir e Paul Bazely aparecem por tão pouco tempo que nem dá para avaliar direito, mas mesmo assim o alívio cômico do trio da colheitadeira foi muito bom!

O enredo foi bem costurado, e tem um fechamento bem bacana, responsável por algumas lágrimas rolando. Lágrimas de felicidade, tão humano, como diz o Doutor. No entanto, o final do episódio está além do fechamento do enredo principal. E é nesse finalzinho de chorar litros que o casal Pond reaparece e temos o tão esperado reencontro entre eles e o Time Lord depois dos eventos do final da última temporada. E lágrimas de felicidade é tão humano, mas um alienígena de dois corações também pode provar como é. Mais do que isso é spoiler demais, mas prepare uma caixa inteirinha de lenços que tu vai precisar, eu precisei.

 Algumas quotes preferidas:

The Doctor: I can’t see! I’m blind!
Madge: Oh, no, love, no. I think you’ve just got your helmet on backwards. How did you manage that?
The Doctor: I got dressed in a hurry.

The Doctor: I just need to find the, uh… the key.
Madge: Ooh, do you want me to do it with a pin? I’m good with a pin.
The Doctor
: Multidimensional, triple-encoded temporal interface. Not really susceptible to pointy things.
Madge
: Got it.
The Doctor
: Okay. Suddenly, the last 900 years of time travel seem a bit less secure.

The Doctor: I’m sure you’d prefer to be alone.
Madge: I don’t believe anyone would prefer that.
Lily: Why would you rewire a wardrobe?
The Doctor: Have you seen the way I dress?
Lily: Is this place real? Or is it Fairy land?
The Doctor:
A fairy land? Oh, grow up Lily. A fairy land looks completely different.
Amy Pond: I’m not gonna hug first.

Anarca, feminista, vegana, cat lady, bookworm, roller derby, hiperbólica, entusiasta das plantas e constante aprendiz. Rainha de paus, professora de história, amante de histórias. Meu peito é de sal de fruta fervendo num copo d'água. ♀️✊Ⓥ

Subscribe
Notify of
guest

0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
0
Would love your thoughts, please comment.x