Na sexta-feira, 26 de outubro de 2007, teve início a 53ª edição da Feira do Livro de Porto Alegre. Uma grande feira de livros à venda com os mesmo descontos dados em qualquer promoção de qualquer livraria! Acho o evento cultural válido como patrimônio Cultural da cidade. No entanto a verdadeira função social está apagada (se é que algum dia ela esteve ali).
É de praxe ir até a Praça da Alfândega nos meses de Outubro e Novembro visitar as centenas de banquinhas e participar das muitas atividades oferecidas para o público. Mas a cultura do livro em Porto Alegre, ao contrário do que possa parecer, não existe (ou ainda é bastante fraca). Na contramão da feira as pessoas passam pela praça em mais um evento, sem se dar conta do que aquilo realmente representa. Vender livros é o maior objetivo da feira e é exatamente nisso que eu discordo do evento. Cultivar a cultura do livro é muito mais importante do que vender milhares de exemplares que ficam entulhados em estantes empoeiradas.
No ano passado houve uma iniciativa muito boa, a de criar uma espécie de lounge onde as pessoas poderiam sentar, conversar sobre livros e trocar idéias sobre diversos assuntos, ou simplesmente ler. Nesse ano o lounge não vai acontecer novamente. Por quê? Porque, segundo uma das organizadoras em entrevista ao jornal ZERO HORA, a senhora Sônia Zancheta (ex-patroa, que eu detesto) esse espaço era desnecessário e lotava demais. Ora senhora Sônia, um espaço de convivência não seria um espaço para que as pessoas pudessem freqüentar?
Em suma, a Feira do Livro é um evento baseado na hipocrisia: vender é mais importante que ler! Bizarro.
“esse espaço era desnecessário e lotava demais”.
Ah, se eu encontro essa senhora na minha frente…
Não adianta, um evento desse porte, ainda mais no Brasil, sempre vai ter o intuito de lucrar.
O que falta realmente, são pessoas que gritem mais alto, que mostrem exatamente o que você falou para os organizadores. Só que uma única voz nunca vai dar resultado.
Hora de uma manifestação? Eu to dentro! =)
ps.: É sério.
concordo contigo em partes. na verdade, é mais complexo do que isso. no capitalismo, vende-se. direta ou indiretamente (ou achas que com no Fronteiras do Pensamento a Copesul também não vende? ou que a Bienal também não vende nada?). buenas, mas essa é uma questão pra papo de bar 😉
também lamentei o fim do lounge. mas justiça seja feita: a idéia do lounge havia sido da própria Sônia, eu estava na frente dela quando ela deu a idéia à comissão organizadora da Feira.
bjs
Não acho que a Copesul vende ou a Bienal vende, eu tenho certeza! Não estou trabalhando na Bienal pra defendê-la!
E eu sei que foi a própria Sônia quem deu a idéia, e sei também que foi ela mesma quem disse que não queria mais, usando exatamente os argumentos que eu escrevi (pena eu não ter encontrado no sítio da Zero Hora a entrevista que ela deu! um lixo). Pode parecer ranso, mas tu sabe que não é.
E se tu se contenta com o fato de o capitalismo vender… sei lá, eu não gosto e não concordo e aplico isso em todas as minhas críticas.
Vamos então organizar uma manifestação! 🙂 Fiquei muito indignada com as declarações desta senhora!
é foda. o ter sempre ganha do ser nesta lógica ilógica.
Normal, é o capitalismo!
[…] onde o preço é justo. Se não é justo, é barato. Uma bela tarde de primavera. Por mais que eu tenha certas críticas à feira, eu gosto muito de andar pela praça apreciando a multidão em busca de títulos e barganhas, de […]