Mochileira pobre

Diário de Bordo: Mostardas – RS

No fim-de-semana do dia 25 e 26 de Abril tive o imenso prazer de conhecer a cidade de Mostardas, uma cidadezinha bastante simpática entre a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico aqui no Rio Grande do Sul.

Foi uma saída de campo das disciplinas referentes ao ensino de História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Foram dois dias de muito aprendizado e paisagens lindas para momentos de contemplação.

O objetivo da saída de campo era atentar para a prática didática quando no futuro levarmos os estudantes para os famosos ‘passeios escolares’ que deveriam ser, na verdade, saídas de campo, contemplando a Educação Patrimonial como foco nessas saídas.

Mostardas é uma cidade de colonização açoriana, e foi por esse elemento que ela foi a cidade escolhida para visitarmos. Aqui no Rio Grande do Sul a colonização alemã e italiana são bastante visadas e sempre lembradas como constitutivas da cultura gaúcha. No entanto a colonização açoriana está entre o esquecimento e a invisibilidade. Parece que os casais que chegaram por aqui no século XVIII não deixaram nenhum traço cultural natrajetória do estado. Memória e esquecimento também parte dos discursos históricos.

Conduzidos pelo pequenino centro da cidade nos deparamos com uma pequena rua onde as casas coloniais ainda estão preservadas, inclusive com as aberturas em madeira originais. Demos uma volta pela praça, conhecemos a igreja construída logo na chegada dessesaçorianos, e passamos pela antiquíssima rua dosbordéis. Conhecemos a fachada do Hospital da Cidade, construído em 1945 e passamos pela antiga Casa Maçon.

Além deste momento de aprendizagem acerca da educação patrimonial o grupo foi visitar um patrimônio ambiental, o Parque Nacional da Lagoa do Peixe, criado em 1986 e decretado Reserva da Biosfera pela UNESCO em 1998. Guiados por um funcionário terceirizado do Ibama pudemos conhecer um pouco da paisagem local e aprender algumas questões ambientais que giram em torno da cidade e da zona depreservação. Tivemos então um momento de contemplação daquela vista inesquecível.

Não exploramos o espaço inteiro, na verdade não andamos mais de 100 metros de onde o ônibus ‘estacionou’ porque como disse o professor, nossa saída de campo era para contemplar outros interesses e aquele era um momento lúdico. Afinal era um grupo de estudantes de História, não de Biologia.

Eu adoraria conhecer muito mais do parque, fazer trilhas e explorar o maior espaço possível. Para saber mais sobre o parque tem o texto Atolados em Mostardas do blog Uma Malla Pelo Mundo.

Teve também uma rápida passada pelo Quilombo do Casca, um dos muitos quilombos da região. Lá ouvimos um pouco da história daquelas pessoas, descendentes de escravos, que vivem ali em comunidade. Outro momento batante importante de conhecimento e contato com pessoas que vêem o mundo de uma ótica muito diferente da minha ou da tua.

Mostardas é uma cidade linda, aconchegante e acolhedora, com muita história para contar e que merece uma visita, nem que seja assim, de um fim de semana. Faltou conhecer o balneário no litoral, que ficava um tanto distante.

Muitos pontos da cidade ficaram de fora da visita, mas valeu a pena assim mesmo.

Para finalizar, algumas páginas sobre a cidade:

Prefeitura Municipal de Mostardas
Mostardas na Wikipédia
Dados gerais da cidade
Página da UFRGS sobre a cidade

Anarca, feminista, vegana, cat lady, bookworm, roller derby, hiperbólica, entusiasta das plantas e constante aprendiz. Rainha de paus, professora de história, amante de histórias. Meu peito é de sal de fruta fervendo num copo d'água. ♀️✊Ⓥ

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lucio
8 de agosto de 2015 11:53 pm

sensacional, a cidade parece ser ótima.

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