Lendo

O Bobo, de Alexandre Herculano

Depois de ter deixado o Desafio Literário um pouco de lado, retorno com a leitura de novembro. Infelizmente não venho com boas notícias. Por quê? A leitura não foi muito boa. Aliás, foi bem ruim. Infelizmente.

Eu escolhi esse livro, em primeiro lugar, por se tratar do único exemplar de Literatura Portuguesa que ainda não tinha lido na minha estante. Em segundo lugar, por ser uma narrativa que remete ao período medieval, período histórico pelo qual nutro muita simpatia. Vamos ao livro.

Alexandre Herculano nasceu em 1810 e faleceu em 1877. Ficou conhecido por suas narrativas históricas. Lutou contra democratas e tornou-se defensor das ideias liberais conservadoras. Foi um romancista e historiador português do século XIX. Isso deveria ter me afastado da obra no momento em que a visse. Entretanto, como não sabia nada a respeito do autor ou da obra antes de iniciada a leitura, acabei saboreando o amargo das páginas do pequeno livro lançado primeiramente como folhetim em “Panorama” em 1843 e editado postumamente em volume, apenas em 1878. A leitura não foi fluida, pelo contrário. Foi monótona, truncada e confusa. A sensação que tive foi de que terminada a frase eu já não sabia mais o que havia lido. E não foi pelas palavras difíceis, porque já estou acostumada a elas, foi a composição mesmo.

Sinopse:

O autor situa a narração no ano de 1128, dias antes da batalha de S. Mamede que opôs o exército de D. Afonso Henriques ao da sua mãe D. Teresa. Assim podemos assistir às tramas medievais e à estratégia usadas por ambos os exércitos, assim como sabemos o porquê do ódio que D. Afonso Henriques nutre pelo conde Peres de Trava, amante da mãe.

Nisto tudo, um homem tem um papel fundamental, alguém que todos menosprezam, alguém que aparentemente nada valia: D. Bibas, o Bobo da corte.

Como eu disse anteriormente, a leitura foi confusa. Além disso, a monotonia não permitiu que me envolvesse com a obra, e na metade do livro a monotonia diminui e a confusão aumenta. Ponto negativo para o livro.

Herculano, por ser historiador e viver no século XIX, escreveu uma obra  com uma característica bastante comum à época: o forte nacionalismo. Essa característica comunga, inclusive, com as obras literárias publicadas no Brasil no mesmo período. O nacionalismo romântico busca de um passado quase mítico que legitime a formação dos Estados Nacionais, nesse sentido, uma obra que retrate a independência de Portugal do domínio Espanhol (lembre-se que na época eram reinos e não países constituídos como Estados Nacionais) infere um caráter heróico aos feitos da época.

Se quiser arriscar, cabe lembrar que a obra já entrou em domínio público e pode ser baixada na página do Domínio Público.

O Bobo
Alexandre Herculano
Editora Edições de Ouro
203 páginas
NOTA: 3
(de 1 a 5, sendo: 1 – Péssimo; 2 – Ruim; 3 – Regular; 4 – Bom; 5 – Excelente)

Esta resenha faz parte do projeto Desafio Literário 2010 proposto pelo blog Romance Gracinha e corresponde ao mês de Maio, cujo objetivo é ler um livro do gênero Chick-lit.

Confira no blog do desafio as resenhas dos outros participantes para este mês.

E confira também os livros que li até agora para o desafio:

Janeiro – Quincas Borba (Machado de Assis)

Fevereiro – As Crônicas de Nárnia Volume Único (C. S. Lewis)

Março – Orgulho e preconceito, de Jane Austen

Abril – Confesso que vivi (Pablo Neruda)

Maio – Melancia (Marian Keyes)

JunhoDivã (Martha Medeiros)

JulhoPor Quem os Sinos Dobram (Ernest Hemingway)

Agosto: A Pedra da Lua (Wilkie Collins)

Setembro: Desafio incompleto

Outubro: Desafio incompleto

Anarca, feminista, vegana, cat lady, bookworm, roller derby, hiperbólica, entusiasta das plantas e constante aprendiz. Rainha de paus, professora de história, amante de histórias. Meu peito é de sal de fruta fervendo num copo d'água. ♀️✊Ⓥ

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1 de dezembro de 2010 12:16 am

[…] This post was mentioned on Twitter by Daniela, Dani Soares. Dani Soares said: #trecosetrapos O Bobo, de Alexandre Herculano http://migre.me/2C7xs […]

Vivi
1 de dezembro de 2010 10:35 am

Narrativas que se estruturam de maneira a dificultar a fluência da leitura gera falta de empatia em mim. Mesmo assim, fico feliz que tenha conseguido retomar o desafio. Vambora ler!
Beijocas

Larissa
1 de dezembro de 2010 6:17 pm

Que pena que vc nao gostou, mas tambem a capa do livro nao ajuda muito, tem cara de livro chato! QUe bom que voltou ao desafio, beijos

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22 de dezembro de 2010 11:46 am

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28 de dezembro de 2010 10:27 am

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